Caminho de Vida...

Bela paisagem
Florestas mil
Animais silvestres
Frutas de época
Rios correndo
cachoeiras tocando o som
em águas de nascentes

Campo vasto
Horizonte amplo
Chácara antiga
porém bela
fumaça expele
e uma rede encontra
um pai nela
e um filho
sentado à frente

Sete anos de vida
conhecimentos
que o campo lhe ensinou
assim como o seu pai
mentor
professor



pai...


Pessoa que detém muitos conhecimentos
passagens pela vida
momentos...
ruins
e bons...

momentos...



- Pai!! Pai!!
- Diga meu filho..
- O que é a vida?
- A vida?
- Ela é como um caminho... um trajeto...
- E como se vive??

- Hehehe
- Afim de fazer perguntas complicada hoje não?
- Dúvidas hehehe...

- Creio que isso é uma escolha... você escolhe como será...

- Tipo?

- Você pode ser como um rio... ou como uma pedra...

- Fluir como um rio, seguindo aquele fluxo ou ser duro como uma pedra e manter firme a sua posição...

- Hum...

Depois disso o menino se encaminhou
floresta adentro
trilhas atravessou
com coragem e firmeza em seu objetivo
chegou no rio...

Nascente... daqui a água nasce
tão bela e transparente
adota cores do seu fundo
cores do brilho do sol
brilho do luar
reflexo de pessoas
correntes de águas
fluídos de forma suave
momentos intensos

O garoto continuou seguindo o rio abaixo...
até chega na cachoeira...

Queda livre
aqui algumas se dissolvem
objetos somem
calmaria, vira intensidade
barulho estrondoso
assusto, pois eu acho
horroroso...

Ele volta correndo dizendo ao pai:

- Pai pai!!! eu não quero ser como um rio...

- Por que meu filho?

- Ele é belo no começo, porém no seu fim ele não é agradável...

- Então seja como a pedra! Forte, como as grandes, que mesmo que tombe da cachoeira, por lá ela fica, não viu pedras no fim da cachoeira? Então... rigida, decidida...


- Hum...

E lá foi ele
floresta adentro
pedra a procurar
barulho a escutar
logo seus olhos avistaram
era um homem
com dois instrumentos
estranhos
diante uma enorme pedra
Linda e brilhante
admirada era
Única entre tantas

Minutos após
ficar parado
o homem fincava os seus instrumentos
na pedra
e iam criando buracos
e dos buracos
formas
e das formas
objeto
Lascas belas
faíscas intensas

Monumento se desfazendo
instante que não existe mais
manipulado era
por um estranho que seja
apareceu e acabou
com a beleza
que para muitos acabaria
sendo essa que ele
esculpira...


Diante de tal cena
que o chocara
o garoto correu novamente
com lágrimas nos olhos
chegou e disse ao pai:


- Pai Pai!!! Eu não quero ser a pedra e nem o rio...

- Por que, meu filho?

- A pedra, tão bela, mas manipulada por um estranho, se tornou algo que não tem nada a ver com sua origem... não quero ser manipulado...

Com um olhar triste... esperou a resposta...
O Sol já estava se pondo... atrás do horizonte...

- Filho... sente aqui ao meu lado e olhe nessa direção...

O garoto sentou ao lado do pai na rede...
e olhou para onde o dedo apontava

- Vejo o pôr-do-sol...

- Sim, seja como ele.

- Firme, intenso, único... e por mais que tentem tapar a visão dele... ele sempre vai refletir e vai aparecer em algum canto... nunca vai perde-lo de vista...

- Majestoso, olhe sua coroa, ninguem dá ordem à ele e é admirado por muitos, pelo que é e o que representa... seja como ele...




O garoto ficou em silêncio...

observando junto com o pai
aquele momento
pôr-do-sol
a cabeça inclinou levemente
para o peito de seu pai
e seus braços
enlaçaram a cintura
aquecendo aquela certeza
dividida com o pai...